
O vereador Célio Alves (PSB) afirmou que a saúde pública de Guarabira vive uma crise generalizada e que a gestão municipal não cumpriu a promessa de priorizar a área. Em entrevista concedida à Rádio Cultura, na terça-feira (30), ele relatou casos de desassistência, atraso em exames e abandono de pacientes em tratamento oncológico.
“A grande urgência de Guarabira hoje é a saúde. Assumiram dizendo que seria a prioridade das prioridades e seria realizado um mutirão, e o que a gente está vendo é o contrário”, disse.
Segundo o parlamentar, a precariedade atinge desde os bairros urbanos até as comunidades rurais. Ele citou a situação do posto de saúde do Carrasco. “Não tem dentista, enfermeiro, médico, medicamento. A estrada também está horrível”, afirmou.
Alves relatou que comunidades como Tananduba, Lagoa de Serra, Caboclo, Passagem e Maciel enfrentam dificuldades até para se locomover devido ao estado das estradas. “Vi de perto a dificuldade que as pessoas têm hoje de transitar em função da péssima qualidade das estradas”, disse.
Na área da saúde, o vereador denunciou a ausência de atendimento médico em São José do Miranda, a 20 quilômetros da cidade. “As mães, as crianças, os idosos saem de lá pagando do bolso para buscarem atendimento em Contendas”, afirmou. Ele acrescentou que a reclamação se repete nos postos do Cordeiro, São José, Manoel Lordão, Bairro do Nordeste e Bairro Novo.
O parlamentar criticou também a interrupção dos serviços no laboratório municipal Tarcísio de Miranda Buriti. “Começou a fazer exames somente no final de fevereiro. Quando foi agora, final de abril, parou”, afirmou. “Quem precisa hoje de uma ressonância magnética em Guarabira, de uma tomografia, de uma consulta especializada, pena, padece, porque não tem.”
Pacientes oncológicos sem assistência
Entre os casos mencionados na entrevista, está o de um paciente chamado André, em tratamento contra o câncer, que teria denunciado a falta de assistência da prefeitura nas redes sociais. “Ele precisava de um exame que a oncologista havia requisitado, e já tinha dado entrada nisso desde o começo do ano, e a prefeitura não resolvia”, disse. Após a repercussão da denúncia, segundo o vereador, a gestão agendou o exame no Hospital Metropolitano. “Alguém vai acreditar que isso foi coincidência? Evidentemente que não.”
Célio citou ainda o caso de uma mulher com câncer, moradora de Guarabira, que desde outubro aguarda consulta especializada e suplemento alimentar. “Tudo isso faz parte do tratamento dela. Não fosse o Paraíba Contra o Câncer [Governo do Estado], estaria a essa altura talvez morta, porque não teria assistência”, concluiu.