Bancada de Léa barra requerimento para controlador explicar alegações de ilegalidade que motivaram cortes de gratificações de servidores

Requerimento foi rejeitado com voto da base governista -- Reprodução/TV Câmara

A bancada governista da Câmara Municipal de Guarabira rejeitou, nesta terça-feira (18), um requerimento do vereador Célio Alves (PSB) que solicitava a convocação do controlador-geral do município, Clivaldo Silva de Araújo, para prestar esclarecimentos sobre os cortes nas gratificações dos servidores públicos. O pedido, que poderia esclarecer as alegadas irregularidades no pagamento desses benefícios, foi barrado com votos da base aliada da prefeita.

Os cortes foram implementados pela gestão municipal no início de 2025, sob a justificativa de que os pagamentos estariam sendo feitos de forma irregular. No entanto, após forte repercussão negativa e pressão da categoria, o Executivo enviou à Câmara projetos de lei regulamentando as gratificações, mas excluindo algumas categorias e impondo novas restrições, como a perda do benefício para servidores que entram de férias.

Diante das inconsistências, o vereador Célio Alves apresentou o requerimento solicitando a presença do controlador-geral para esclarecer os reais motivos da suposta ilegalidade e detalhar as providências adotadas pelo município. Para ele, a negativa do governo em prestar esclarecimentos reforça a falta de transparência na gestão do tema.

"Os servidores foram surpreendidos com o corte e até agora não há um esclarecimento oficial sobre a suposta irregularidade. De repente, começam a chegar projetos de forma fracionada, restabelecendo gratificações para alguns, mas excluindo outros e criando regras que nunca existiram. O controlador deveria vir aqui para explicar essa mudança de critérios, porque a gestão pública é regida pelo princípio da transparência", criticou Célio Alves.

Apesar da importância do debate para os servidores afetados, a base governista se mobilizou para rejeitar o requerimento, após o pedido de voto em separado feito pela vereadora Jussara Maria (União). O vereador Alcides Camilo (PL) argumentou que o controlador-geral está no cargo há menos de dois meses e que os vereadores poderiam buscar informações diretamente no gabinete.

"Se houver dúvida, basta atravessar a rua e perguntar", minimizou o parlamentar, ignorando o papel fiscalizador do Legislativo.

Já a vereadora Jussara Maria (União) alegou que a questão já havia sido debatida e que não havia necessidade de uma nova discussão. "Nós analisamos, aprovamos e votamos no que era correto. O controlador viria aqui para discutir o quê?", questionou.

O vereador Gerson do Gesso (PL) reforçou o discurso governista de que a convocação não seria necessária e insinuou que o pedido da oposição tinha viés político.

"Esse requerimento é só para jogar para a plateia. O controlador poderá vir futuramente, mas agora não vejo necessidade", afirmou.

Com a rejeição do requerimento, o controlador-geral não será obrigado a prestar esclarecimentos sobre os cortes das gratificações, deixando servidores sem respostas claras sobre os critérios adotados pela gestão. A oposição, no entanto, promete manter a pressão e buscar alternativas para que o tema não caia no esquecimento.

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